SAP terá hosting do B1 no Hana
SAP terá hosting do B1 no Hana
Júlia Merker // quarta, 11/11/2015 20:06
A SAP anunciou um novo formato para
adoção do Business One, o sistema de gestão para pequenas e médias
empresas da multinacional alemã. Agora, é possível rodar o B1 no banco
de dados em memória Hana em data centers gerenciados pela SAP.
O anúncio foi feito durante o SME Summit da multinacional alemã, que encerrou em Nova Iorque nesta terça-feira, 11. A oferta está disponível nos Estados Unidos e chegará a Ásia e Europa no próximo ano. Para a América Latina, a novidade deve chegar em 2017.
Com a novidade, a SAP ofecere três opções de implantação para a oferta baseada em assinatura do Business One: rodar o sistema na nuvem a partir de nuvem privada de parceiros, em uma infraestrutura de nuvem de terceiros - como AWS e Azure - ou nos centros de dados da SAP.
Com isso, o objetivo da companhia é que os canais consigam reduzir o investimento em capacidade de infraestrutura, aumentar a velocidade de implantação e ter maior facilidade na gestão de clientes. A SAP afirma que não venderá o software diretamente.
Outro motivador para a nova oferta foi o fato de muitos parceiros demonstrarem interesse na oferta do sistema em nuvem, mas sem a necessidade de gerir também uma infraestrutura própria de cloud.
A SAP espera que tanto clientes de subscrição quanto on-premise do B1 tenham interesse em transferir o sistema para um ambiente de nuvem gerenciado pelos canais da SAP, no modelo de Infrastructure as a Service (IaaS).
Segundo Luis Murguia, vice-presidente sênior e gerente geral do SAP Business One, a nova oferta quer tornar mais acessível a adoção do sistema em nuvem entre as pequenas empresas.
“Mesmo com a oferta em parceria com a AWS, por exemplo, alguns clientes não conseguiam fechar o contrato mínimo exigido pela fornecedora de nuvem para poder rodar o sistema”, explica.
Neste ano o Business One alcançou a marca de 50 mil clientes, sendo 8,5 mil deles na América Latina. Atualmente, cerca de 80% dos novos clientes da solução optam pela versão cloud.
O Business One é uma das ofertas da SAP voltada para PMEs. Hoje, 80% dos clientes da mutinacional são companhias deste porte, e, além disso, 70% dos novos clientes são usuários do B1. Mesmo assim, as grandes empresas são responsáveis por 70% do faturamento da SAP.
Segundo Murguia, em termos de receita, o B1 representa apenas 1% do total registrado pela SAP, que tem cerca de 296 mil clientes globalmente, mas a importância do sistema está em conquistar uma fatia maior de mercado.
O lançamento ainda está distante para o Brasil, mas o ganho de custo com hospedagem em escala pode ser um fator a pesar a favor para a SAP em um mercado que tem se mostrado difícil para empresa no país.
Para isso, o primeiro passo será entregar o data center prometido pela empresa em setembro de 2014 para o primeiro trimestre desse ano no Brasil, um investimento de R$ 19 milhões.
As últimas informações sobre o assunto dão conta que a SAP desistiu do seu plano inicial de subcontratar um data center brasileiro e está refazendo os planos para construir um centro próprio na região de Campinas em estratégia semelhante a adotada pela concorrente Oracle, que inaugurou seu centro na cidade paulista em agosto. Esse cenário bate com o prazo de 2017 divulgado em Nova Iorque.
Feito isso, vem o desafio de ir ao mercado. O Brasil é hoje o 5° maior mercado do Business One. Mesmo assim, 10 anos após o lançamento por aqui, o número de clientes é pequeno frente do mercado potencial.
Hoje, o Brasil conta com 2,2 mil empresas utilizando o B1 na versão “puro sangue” e mais 3,8 mil em versões nas quais o software é acoplado com soluções segmentadas de empresas brasileiras, totalizando 6 mil.
O México, mais integrado com a economia americana por meio do NAFTA e com menos players nacionais de ERP, é o líder da região.
Mesmo assim, o próprio Murguia reconhece a empresa poderia ter três vezes mais clientes da solução do que o número atual no Brasil.
Para ele, grande parte da dificuldade está na adaptação do sistema para o mercado local devido às especificações burocráticas encontradas no país, como nas áreas tributárias.
“Depois do início mais lento, o sistema teve um crescimento acentuado e nos últimos cinco anos tem apresentado alta de dois dígitos”, completa Murguia.
Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV) a Totvs tem 52% de participação no mercado de ERP em empresas com até 170 teclados, frente a 9% de SAP e Oracle e um número importante de outros, com 30%.
Essa segmentação pode ser enganosa, uma vez que o Business One se propõe a atender empresas bastante menores, no qual a participação de mercado de outros players é ainda maior.
É possível que uma virada de estratégia global em relação ao B1 faça a diferença para o produto no Brasil, onde a SAP tentou diferentes estratégias nos últimos anos para atingir uma massa de clientes, algumas com mais sucesso que outras.
Uma das abordagens cogitadas era selecionar dois distribuidores no país, a serem anunciados no primeiro trimestre do ano passado, o que acabou não acontecendo.
Outra seria atingir o mercado através de grandes empresas usuárias de SAP, que poderiam levar o produto ao seu ecossistema, tendo ganhos de integração. Essa estratégia chegou a ir adiante no México, onde a rede de varejo Gigante oferece o produto.
No começo do ano, a companhia fechou um acordo com a empresa de máquinas de cartões Elavon, que agora vende o B1 integrado ao seu produto por um preço mensal de R$ 459.
O acordo criou uma terceira categoria de parceiro, o grande provedor de serviços com alguma tecnologia passível de ser integrada ao ERP. No México, a gigante Telmex abraçou esse papel.
O assunto não é importante só para o Brasil. Ter sucesso no Business One significa incrementar o peso de pequenas e médias empresas no bolo de faturamento da SAP, que ainda depende muito das grandes companhias nas quais é dominante (na mesma pesquisa de ERP citada antes, a SAP chega a 51% de participação entre companhias com mais de 700 usuários).
“A vantagem dos sistemas que desenvolvemos para empresas de médio e pequeno porte é que eles são pensados desde o início para suprir as necessidades desses clientes, e não criados a partir de adaptações de sistemas existentes para grandes companhias”, afirma o brasileiro Rodolpho Cardenuto, presidente de Global Partner Operations da SAP.
* Júlia Merker viajou a Nova York para o SAP SME Summit a convite da SAP.
O anúncio foi feito durante o SME Summit da multinacional alemã, que encerrou em Nova Iorque nesta terça-feira, 11. A oferta está disponível nos Estados Unidos e chegará a Ásia e Europa no próximo ano. Para a América Latina, a novidade deve chegar em 2017.
Com a novidade, a SAP ofecere três opções de implantação para a oferta baseada em assinatura do Business One: rodar o sistema na nuvem a partir de nuvem privada de parceiros, em uma infraestrutura de nuvem de terceiros - como AWS e Azure - ou nos centros de dados da SAP.
Com isso, o objetivo da companhia é que os canais consigam reduzir o investimento em capacidade de infraestrutura, aumentar a velocidade de implantação e ter maior facilidade na gestão de clientes. A SAP afirma que não venderá o software diretamente.
Outro motivador para a nova oferta foi o fato de muitos parceiros demonstrarem interesse na oferta do sistema em nuvem, mas sem a necessidade de gerir também uma infraestrutura própria de cloud.
A SAP espera que tanto clientes de subscrição quanto on-premise do B1 tenham interesse em transferir o sistema para um ambiente de nuvem gerenciado pelos canais da SAP, no modelo de Infrastructure as a Service (IaaS).
Segundo Luis Murguia, vice-presidente sênior e gerente geral do SAP Business One, a nova oferta quer tornar mais acessível a adoção do sistema em nuvem entre as pequenas empresas.
“Mesmo com a oferta em parceria com a AWS, por exemplo, alguns clientes não conseguiam fechar o contrato mínimo exigido pela fornecedora de nuvem para poder rodar o sistema”, explica.
Neste ano o Business One alcançou a marca de 50 mil clientes, sendo 8,5 mil deles na América Latina. Atualmente, cerca de 80% dos novos clientes da solução optam pela versão cloud.
O Business One é uma das ofertas da SAP voltada para PMEs. Hoje, 80% dos clientes da mutinacional são companhias deste porte, e, além disso, 70% dos novos clientes são usuários do B1. Mesmo assim, as grandes empresas são responsáveis por 70% do faturamento da SAP.
Segundo Murguia, em termos de receita, o B1 representa apenas 1% do total registrado pela SAP, que tem cerca de 296 mil clientes globalmente, mas a importância do sistema está em conquistar uma fatia maior de mercado.
O lançamento ainda está distante para o Brasil, mas o ganho de custo com hospedagem em escala pode ser um fator a pesar a favor para a SAP em um mercado que tem se mostrado difícil para empresa no país.
Para isso, o primeiro passo será entregar o data center prometido pela empresa em setembro de 2014 para o primeiro trimestre desse ano no Brasil, um investimento de R$ 19 milhões.
As últimas informações sobre o assunto dão conta que a SAP desistiu do seu plano inicial de subcontratar um data center brasileiro e está refazendo os planos para construir um centro próprio na região de Campinas em estratégia semelhante a adotada pela concorrente Oracle, que inaugurou seu centro na cidade paulista em agosto. Esse cenário bate com o prazo de 2017 divulgado em Nova Iorque.
Feito isso, vem o desafio de ir ao mercado. O Brasil é hoje o 5° maior mercado do Business One. Mesmo assim, 10 anos após o lançamento por aqui, o número de clientes é pequeno frente do mercado potencial.
Hoje, o Brasil conta com 2,2 mil empresas utilizando o B1 na versão “puro sangue” e mais 3,8 mil em versões nas quais o software é acoplado com soluções segmentadas de empresas brasileiras, totalizando 6 mil.
O México, mais integrado com a economia americana por meio do NAFTA e com menos players nacionais de ERP, é o líder da região.
Mesmo assim, o próprio Murguia reconhece a empresa poderia ter três vezes mais clientes da solução do que o número atual no Brasil.
Para ele, grande parte da dificuldade está na adaptação do sistema para o mercado local devido às especificações burocráticas encontradas no país, como nas áreas tributárias.
“Depois do início mais lento, o sistema teve um crescimento acentuado e nos últimos cinco anos tem apresentado alta de dois dígitos”, completa Murguia.
Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV) a Totvs tem 52% de participação no mercado de ERP em empresas com até 170 teclados, frente a 9% de SAP e Oracle e um número importante de outros, com 30%.
Essa segmentação pode ser enganosa, uma vez que o Business One se propõe a atender empresas bastante menores, no qual a participação de mercado de outros players é ainda maior.
É possível que uma virada de estratégia global em relação ao B1 faça a diferença para o produto no Brasil, onde a SAP tentou diferentes estratégias nos últimos anos para atingir uma massa de clientes, algumas com mais sucesso que outras.
Uma das abordagens cogitadas era selecionar dois distribuidores no país, a serem anunciados no primeiro trimestre do ano passado, o que acabou não acontecendo.
Outra seria atingir o mercado através de grandes empresas usuárias de SAP, que poderiam levar o produto ao seu ecossistema, tendo ganhos de integração. Essa estratégia chegou a ir adiante no México, onde a rede de varejo Gigante oferece o produto.
No começo do ano, a companhia fechou um acordo com a empresa de máquinas de cartões Elavon, que agora vende o B1 integrado ao seu produto por um preço mensal de R$ 459.
O acordo criou uma terceira categoria de parceiro, o grande provedor de serviços com alguma tecnologia passível de ser integrada ao ERP. No México, a gigante Telmex abraçou esse papel.
O assunto não é importante só para o Brasil. Ter sucesso no Business One significa incrementar o peso de pequenas e médias empresas no bolo de faturamento da SAP, que ainda depende muito das grandes companhias nas quais é dominante (na mesma pesquisa de ERP citada antes, a SAP chega a 51% de participação entre companhias com mais de 700 usuários).
“A vantagem dos sistemas que desenvolvemos para empresas de médio e pequeno porte é que eles são pensados desde o início para suprir as necessidades desses clientes, e não criados a partir de adaptações de sistemas existentes para grandes companhias”, afirma o brasileiro Rodolpho Cardenuto, presidente de Global Partner Operations da SAP.
* Júlia Merker viajou a Nova York para o SAP SME Summit a convite da SAP.
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