"Big data" começa a ganhar espaço e promete revolucionar o tênis

"Big data" começa a ganhar espaço e promete revolucionar o tênis

30 mar 2016 16h47
 
A análise inteligente de dados, conhecida como "big data", está ganhando cada vez mais espaço no tênis, beneficiando os jogadores com informações detalhadas tanto sobre o próprio desempenho, como também dos rivais, em todas as partidas, torneios e tipos de superfície.

Cerca de 30 atletas do circuito profissional feminino (WTA) já estão utilizando a tecnologia, que aproveita as imagens gravadas pelo sistema "Hawk Eye", ferramenta que permite verificar se uma bola caiu dentro da quadra ou não. Outras seis tenistas foram integradas ao sistema no WTA Premier de Miami.
O "big data" chega às mãos das tenistas por meio da plataforma SAP Hana, a mesma utilizada pela McLaren na Fórmula 1, para receber os dados da telemetria de seus carros. As jogadoras já têm acesso a uma lista de informações que incluem, por exemplo, a direção de seus saques, a colocação na quadra e os pontos de contato com a bola.
A cada 15 segundos, os dispositivos com acesso à rede, incluindo smartphones e tablets, recebem as informações atualizadas com um atraso de apenas 20 segundos. O sistema também reúne dados históricos, que podem ser filtrados para analisar uma única partida, um torneio, uma temporada e um tipo de superfície.
Uma das últimas novidades introduzidas na plataforma é a trajetória da bola, o que permite às atletas modificar sua posição na quadra e a transição entre as diferentes jogadas.
Para Nicole Pratt, técnica da australiana Daria Gravrilova, 34ª colocada no ranking da WTA, ter acesso a informações em tempo real sobre o desempenho da sua atleta e poder mudar a estratégia ao longo do jogo representa uma "transformação no esporte".
A SAP, empresa que trabalha em parceria com a WTA, quer instalar até o fim da atual temporada com sistemas de posicionamento por GPS e sensores nas raquetes e roupas das atletas. Além disso, quer que elas utilizem dispositivos portáteis, como pulseiras, para monitorar as condições físicas das tenistas.
Algumas atletas, no entanto, seguem reticentes porque ficam incomodadas com o uso dos equipamentos durante as partidas, admitiu à Agência Efe, Jenni Lewis, que atua na implantação do projeto pela SAP.
O problema, porém, pode ser resolvido em breve, já que a companhia entrou em contato com as empresas de roupas esportivas para que elas criem alternativas que façam os sensores não atrapalharem as tenistas durante a competição.
A presidente da WTA, Micky Lawler, disse que a tecnologia pode ajudar os médicos a proteger as competidoras, pois eles passarão a conhecer com maior precisão as condições físicas dos atletas. Lewis concorda e afirma que a análise do "big data" permitirá "melhorar a saúde, evitar lesões e prolongar a longevidade dos tenistas".
Até o momento, segundo Jenni Lewis, a possibilidade de incluir sensores na bola como ocorre no futebol, não está sendo estudada pela SAP.
"É genial ver como a tecnologia pode ajudar. Agora podemos contribuir não só para que as tenistas batam melhor na bola, mas também para ajudá-las a se preparar melhor", disse Lewis.
O próximo passo, disse a responsável da SAP, é envolver ainda mais os torcedores do tênis com os dados que até agora eram inacessíveis e estudar seu uso para lançar novos projetos com a realidade virtual.
"A possibilidade é incrível", disse a presidente da WTA, que destacou a importância de "agregar valor" e obter uma experiência mais próxima para os torcedores.
"É preciso ver aonde a tecnologia nos levará a partir de agora, porque, para nós, essa é a grande oportunidade. Estamos começando uma incrível viagem para os próximos anos", concluiu Lewis.
 
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